27 de ago. de 2010

Dicas sem jabá

Quem sou eu para dizer o que vocês podem ler ou ouvir? Ora, eu sou um cara de pau que gostaria de lhes dar dicas do que se possa ler ou ouvir.

Feito este breve intróito, vamos ao que importa: as dicas. Quem quiser ir antes a um dicionário, para saber o que significa "intróito", fique à vontade.

Onde está o amor? (Nico Nicolaiewsky) - Não espere encontrar no CD solo de Nico o maestro Plestkaya da dupla Tangos & Tragédias. Nesse CD, o humor não dá as caras, começando pelo canto "normal" do titular da obra. O trabalho é um apanhado de canções tocadas e arranjadas no formato mais pop possível, sob a batuta de John Ulhoa, cérebro da banda Pato Fu. Se o título contém uma pergunta complicada, a resposta pode estar nas letras das músicas. Ou no coração de cada ouvinte? Vai saber.

Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo (Fernando Sabino - ed. Record) - Morto em 2005, o mineiro que começou na literatura como menino-prodígio em sua Belo Horizonte natal, encerrou sua trajetória desacreditado, após a publicação de uma biografia da ex-ministra da fazenda de Collor, Zélia Cardoso de Mello. Massacrado pela imprensa após ver o livro virar best-seller, o escritor recolheu-se a seu apartamento para compilar material de uma vida inteira, que não tinha sido aproveitado em obras anteriores.

Livro aberto é um tijolaço, algo raro em se tratando do autor, sempre amigo dos formatos enxutos e mais baratos para seus livros. A coletânea é um passeio pelo tempo, englobando contos, crônicas, perfis e resenhas dos anos 30 até a década de 90 do último século. Fernando Sabino é um marco na minha vida de leitor. Como muitos, nunca entendi a casca de banana que ele próprio se atirou, ao cometer a biografia de Zélia. Mas antes isso do que não tê-lo mais entre nós. Certas ausências são irreparáveis.

19 de ago. de 2010

Pelé e Neymar

Meu pai é da geração que viu Pelé jogar. Por causa dele, torço pro Santos. Por causa do meu pai, não do Pelé, embora o maior jogador do século passado seja um motivo mais que justificado para se torcer para qualquer time.

Como dizia, por causa do meu pai, torço pro Santos. Conheço o Pelé apenas das aparições televisivas pós-encerramento da carreira, das entrevistas nas quais ele se refere ao Pelé usando a terceira pessoa, tal qual uma entidade separada do Edson, seu verdadeiro nome. Entende? Eu nunca entendi.

Impossível ficar indiferente ao Pelé. Vi quase duas horas de lances e gols pra lá de magníficos naquele documentário de Aníbal Massaini, Pelé Eterno. O tal jogador que tanto se diz e se propaga já em estágio de lenda, quiçá divindade, realmente existiu. E aqui cabe o advérbio de modo. Cai bem um Rei do Futebol falar "realmente".

Agora que o Internacional de Porto Alegre ganhou o bicampeonato da Taça Libertadores da América, coube ao Pelé nos deixar estupefatos uma vez mais. Ele cometeu a proeza de envergar um uniforme com a cor do Inter: vermelho! Reis costumam ter lá suas doses de excentricidade, mas elas sempre chocam os cidadãos que andam abaixo de qualquer pedestal. A maior esquisitice de Pelé é cantar, compor e tocar violão. Dos males, o menor: deixa ele se vestir da cor que quiser, contanto que não se meta a cantor perto da torcida, qualquer uma.

Com Pelé para abençoar a Vila Belmiro, sempre que pode comparecer aos jogos do Santos, o time acaba de ganhar mais uma alegria: a permanência de Neymar, o garoto-prodígio. Assediado pelo time inglês Chelsea, o jogador resolveu ficar no Brasil, mediante um plano de carreira e um contrato de cinco anos com o time santista. É um fato que ajuda a torcida a esquecer a ausência de Robinho, outro garoto que impressionou a torcida da Vila.

Outra coisa para se impressionar é a minha súbita autoridade para comentar futebol, em cima do lance. Mas tudo bem: o Pelé jogou bola como ninguém e também nunca foi um bom comentarista do esporte bretão. Se derem um microfone a meu pai, periga dele falar melhor de futebol que o próprio Rei.

Caricaturas de Salão

Em 2010, estarei marcando presença no Salão Internacional de Humor de Piracicaba de duas maneiras: ao vivo e na mostra principal.

Ao vivo, estarei em todos os fins de semana durante o Salão, no Engenho Central, de agosto a outubro, fazendo caricaturas para o respeitável público visitante.

As caricaturas serão feitas em dois ambientes, em diferentes horários: primeiro no espaço da mostra principal com o Jornal Caricaras, e em seguida no estande da CCR AutoBan, uma das apoiadoras do Salão neste ano.

Na mostra principal, estarei com trabalho selecionado na categoria Tiras.

A programação deste ano do Salão de Humor inclui, além da tradicional mostra principal, várias mostras paralelas de primeiríssima qualidade. Ziraldo, Spacca, Ronaldo Cunha Dias e Willian Hussar estão entre os artistas convidados.

A gente se encontra em Piracicaba. Combinado?

4 de ago. de 2010

Xeque-mate?

No final do mês, estarei em um encontro de xadrez. Não para jogar, mas para fazer caricaturas ao vivo durante os jogos. Segue o flyer do evento ao lado. Para ver melhor, clique na imagem.

Já tive contato com esse jogo como espectador, há uma dezena de anos. Foi num campeonato promovido por um colégio particular de Piracicaba, num clube. Eu fazia texto e diagramação de um jornal institucional do tal colégio.

Aos meus olhos de repórter de ocasião, era espantoso o silêncio que se fazia durante as partidas. Sem falar nos lances repentinos disparados pelos competidores, que podiam decidir uma partida em segundos.

Agora, o xadrez volta ao meu cotidiano por um dia, trazendo de brinde o craque Mequinho, que eu conhecia apenas da música "Super-Heróis", do Raul Seixas e do Paulo Coelho.

Vai ser divertido.